quinta-feira, 21 de abril de 2011

Rosa de Saron - Angústia Suprema (Quinta-feira Santa)

Música inspirada na seguinte passagem bíblica: “Conforme o seu costume, Jesus saiu dali e dirigiu-se para o monte das oliveiras, seguido dos seus discípulos. Ao chegar àquele lugar, disse-lhes: Orai para que não caiais em tentação. Depois se afastou deles à distancia de um tiro de pedra e, ajoelhando-se, orava: Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua. Apareceu-lhe então um anjo do céu para confortá-lo. Ele entrou em agonia e orava ainda com mais instância, e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra. Depois de ter rezado, levantou-se, foi ter com os discípulos e achou-os adormecidos de tristeza. Disse-lhes: Por que dormis? Levantai-vos, orai, para não cairdes em tentação” (Lucas 22, 39-46)


Angústia Suprema – Rosa de Saron
Eu imagino o seu olhar
Eu o procuro no tempo
A última noite entre nós
Angústia ao extremo
Sua alma entristeceu
Companhia adormeceu
Só a lua a iluminar
A angústia de um Homem Deus
Prostrou-se em terra
Exprimiu suas aflições
Um anjo o consolava
E a tristeza o abalava

Foi na solidão sua maior dor
Suor e sangue, angústia e amor
Sua fé venceu a dor
Ao seu destino se entregou
A salvação seria
Tal qual Deus Pai queria
Repleto de amor
O sangue transpirou
“Já havia cerca de cinco ou seis anos que o CD ‘Angústia Suprema’ tinha sido lançado. Eu fui participar de uma procissão de Semana Santa com minha família. Ao olhar para o céu, havia uma lua cheia, enorme, linda, clareando aquela noite de Quinta-feira Santa. Comentei com minha mãe sobre o luar, quando ela fez a seguinte observação:
- Toda Semana Santa é de lua cheia.
- Quem disse isso? Perguntei já achando aquilo uma dessas coisas que a mãe diz, mas o filho sempre acha que é folclore.
- Minha mãe me ensinou. Respondeu ela. Informação essa que em nada acrescentava para mim, em termos de credibilidade.
Como poderia todo ano ocorrer tamanha coincidência?
Chegando em casa, a primeira coisa que fiz foi pesquisar. Descobri que o calendário lunar é usado para determinar em que dia cai a Páscoa todo ano. Para mim, isso era uma enorme novidade, que explica também como é determinada a data da Páscoa judaica.
Bom, então realmente toda Semana Santa tinha no céu uma lua cheia. Considerando que Jesus foi preso às vésperas da comemoração da Páscoa dos Hebreus, em outras palavras, foi capturado literalmente na Quinta-feira Santa, então essa mesma lua cheia iluminava Jesus, no Jardim das Oliveiras.
Ao encontrar o Duzinho, perguntei para ele se sabia que realmente era uma noite de luar, ao escrever ‘só a lua a iluminar a angústia de um Homem Deus’. Ele disse que não sabia, que apenas quis criar uma imagem poética. Sem saber, o Du acabou descrevendo a imagem real.
Só como observação, no filme ‘A Paixão’ (2004), de Mel Gibson, a história se inicia na cena do Getsêmani. E a primeira tomada é da lua cheia, que naquela noite, poeticamente, de fato iluminou a angústia de Jesus.”
Trecho extraído do livro “Rock, Fé e Poesia” (2008) de Rogério Feltrin. Editora Pontes.

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